sábado, 26 de março de 2011

Como gerar empregos públicos



O amigo do alheio e filósofo acima montou suas própria ideologia capitalista, e sua receita pessoal para gerar empregos. Faz sentido.

domingo, 13 de março de 2011

Do meu diário mensal que faço uma vez por semana


Do meu diário mensal que faço uma vez por semana (ou a cada ano)
(Da série “absurdos nunca mais haverão de faltar enquanto politicos existirem”)
Pacard


Do lugar de onde eu venho, ou voce ri, ou chora. 0ptei pelo primeiro sentimento. Na verdade, eu era tão feio, que ninguem sabia ao certo se eu fazia uma ou outra coisa. Quem nasce lá geralmente nasce com crise de identidade. Eu mesmo tive oito. No mesmo dia. Foi um sufoco, mas resolvi com civilidade: comi todas com farinha. Fiz torresmo. Transformei as crises em oportunidades e isso foi muito fácil: só acrescentei a farinha e cozinhei por dez minutos em fogo lento. Por isso enfatizo que o sorriso é o seu cartão de visitas. Cuide bem dele. Quem cuida, tem. Lavou, tá novo. Eu tive um belo sorriso certa feita, mas dei pra uma pessoa ingrata que não me devolveu mais.
Um sorriso é uma oportunidade para tudo o que puder ser descoberto atras duma porta. Daí, levo sempre comigo um estoque de sorrisos e quando encontrar alguem que nao tenha um pra me dar eu empresto o meu. Há técnicas pra isso. Por exemplo: Voce chega e encontra um sujeito carrancudo, esgualepado, de mal com a sogra e descontando a culpa em voce: voce lhe atira à queima roupa um sorriso. E caso a carantonha da pessoa não lhe permita isso, imagine-o fazendo as necessidades de cócoras no lombo dum enorme dum porco que gira em sentido horario.. Aí você nao vai se conter e rir. Menos numa circunstância: em que isso seja uma lembrança de si mesmo. Desagradável ter que lembrar. Fosse eu, não poria mais meus pés naquele restaurante.

Eu cansei de ser chamado de ignorante. Isso eu não sou mesmo. Nem mesmo sei o que significa essa palavra. Sou letrado. Leio muito. De James Joyce a Mano Lima. Li Ulisses inteiramente de tras pra diante só por exercício cultural. E o livro estava de cabeça pra baixo. E eu também, pra facilitar.  Não entendi nada. Tambem nao havia endendido quando li a partir da primeira pagina. Mesmo assim, achei o livro muito bom. Muito bom mesmo. Tinha a altura ideal do pé dum balcão que quebrou na minha casa. Serviu também como banquinho para dois dedos de prosa com um cumpadre.

Entrei para uma fraternidade. Sei que há preconceitos contra estas confrarias, mas essa é diferente. Mas acho que ja vou sair. Nao confio em fraternidades que me aceitam. Olho com desconfiança. Especialmente aquele ali do canto que também me olha de um jeito estranho. Sujeito sem identidade. Repete tudo o que eu faço. Deve estar querendo puxar conversa comigo com essas brincadeiras idiotas. Não dou conversa. Faço umas macaquices, que ele repete a todas Viro as costas e me vou. Dou tres passos e devagarinho espio. Ele faz o mesmo. Por isso nunca me dei bem com espelhos. Não agregam nada ao que já somos. Ta certo. Groucho Marx pensou nisso antes de mim, o caso de não aceitar onde me aceitam.E daí? Groucho Marx nunca comeu arroz com couve em lata de cera. Isso quem comeu foi Janio Quadros. E eu. Comia o que aparecese pela frente. Arroz com couve, feijão, vizinha, brócolis e até jiló comi certa ocasião atras da cerca da escolinha. Sempre gostei de Jiló. Era a prima mais legal que eu tinha. Me deixava ficar com a tampa da laranja e a casquinha do pão.  Certa feita, até queijo ganhei dela. A casquinhas. Mas foi a melhor casquinha que comi em toda a minha vida. As de feridas não contam.
Não sou muito bom nesse negocio de contar historias. Me atrapalho todo. Os fatos até que eu lembro, mas as datas me confundem. Nunca sei dizer por que dezembro começa com dez se o mes é doze. Sim, tem a teoria do calendário juliano. Santa preguiça teve Gregório, o papa, que mudou o calendário pagão e deu uma capa cristã, mas continuou reverenciando as divindades espúrias. Enfim. Não se pode acertar todas. Pelo menos ele lembrou de tirar o primeiro de abril. Pipocou um dia. Por conta própria. Mudou os tempos e a Lei. Ahhh, seiscentos e sessenta e seis nas costas.
Sempre gostei destes mistérios. Um mistério é algo que não temos que explcar nem dar desfecho. É um mistério. Como as verbas públicas. Mistério...inverso à vida..nada se sabe sobre como surge, mas todos presumem que tem medo de sua extinção.  Pudera. Sem nenhuma prova material, tentar quantificar em parâmetros humanos as coisas do espírito é como enfiar o dedo n’água e depois de tirar fora, tentar achar o buraco.  Aí Hobbes diria que são conjecturas a priori. Evidente. Ele nem gostava mesmo de Descartes, que verdade seja dita: era um chato. Matematicalizava tudo. X,Y,X e outras letras soltas numa panela com legumes, formavam uma bela sopa, que só ele e certos matemáticos conseguiam digerir.
Isso me faz lembrar que Deus vê por linhas retas e o homem pela curvatura dos olhos, tornando retas as curvas que são mesmo retas, para que as vejamos curvas. Einstein descobriu isso na curvatura do espaço, uma das solenes ironias paradoxais de Deus, que mostra um espaço curvo, cheio de coisas curvas, e que contradiz a definição de que uma linha reta é o menor espaço entra dois pontos. Não é.  Pergunte aos físicos. Aliás, são eles, os fisicos os bufões da corte matemática. Interdependentes, mas escrachados. Fazem poesia com os números, enquanto os matemáticos tranformam em tabelas toda a poesia contida numa equação. Exceto Fibonacci, que fez da matemática um compêndio poético da Criação, um sonêto entre a criatura e o Criador.
E sabe o que mais eu acho? Dunga sabe o que faz. Tem gen matemático (todo alemão é um português que sabe matemática), mas se disfarça com a cara do Stan Laurel, para comer pelas beiradas. Enfim. Minha bateria está se esgotando e minhas idéias absurdas também. Tenho que parar por aqui. Fui.

O Alter Ego Míope


O ALTEREGO MÍOPE


O ALTER EGO MÍOPE
Pacard

Ninguém me entende. Eu menos ainda. Faço o que posso, mas nem sempre posso fazer. Aí compro feito. Mas sabe como é. Os tempos andam bicudos e a qualidade já não é mais a mesma. Nem poderia, pois nunca houve qualidade. Não, em se tratando de qualificações pertinentes ao que se faz. E vamos combinar que o que é bom já nasce feito. Ou não.

Ja tentei me entender uma vez. aí introspectei o meu eu tão profundamente, que o ID e o EGO desataram a chorar e se agarraram nas pernas do SUPEREGO implorando que eu voltasse de minha introspecção. Aí decobri que eu posso não ser eu de verdade, mas meu irmão gemeo que nao prosperou na fecundação. Culpa de quem? De ninguém, pois o meu ALTEREGO, coitado, é míope. E gago.  Seria  pouco, se não fosse também manco e neurótico, o pobre. Bom sujeito ele, mesmo que surdo e cego. Ah se ele não fosse mudo, quanta coisa pra dizer. Mas, paciencia.
entende?
Daí...
Entrei pra uma seita. Seita Xek, filiada à Seita Vale Refeição, e fiz meditação acidental. Era ocidental e incidental..bem, tinha de tudo um pouco, até um toque transcedental. Pelo menos era o que garantia o rótulo. Bem ,não se pode confiar cem por cento no que dizem os rótulos, pois certa ocasião tomei óleo de ricino na certeza que bebia um Conde de Rochefocault 1953. Vovó tinha essas coisas, de querer aproveitar tudo pra guardar as coisas. Bobo eu, que de preguiça de ir até à adega buscar uma garrafa, entrei na despensa. Mas podia ser pior. Podia. Felizmente o veneno de ratos estava bem guardado no açucareiro do vovô.~
Fui muito invejado quando pequeno. Hoje não sou mais. Bem, um pouco, pelo meu alfaiate. Hoje acho que não me invejam mais. Bem, um pouco, acho que o alfaiate ainda tem um pouquinho de inveja. Inveja santa, diga-se de passagem. Passagem só de ida, pois a volta está lotada. Eu tinha dois bilhetes comigo, que poderiam garantir dois lugares nos bancos da frente, perto da janelinha. E é isso que me faz ter raiva de aeromoças, hoje comissarias de bordo: recusaram meus bilhetes. E eram bilhetinhos tão bem escritos, cm caligrafia desenhada e emoldurados por uma fita azul. Droga. Ninguém me entende mesmo. Ninguém. Exceto meu alfaiate. Manco e gago. Porém vesgo e com mau hálito.